REABILITAÇÃO MAXILO-FACIAL

Tenho andado mais lacónica por me encontrar na minha aldeia do Interior (quase) profundo deste País, onde se paga ao minuto para escrever um "post" ou enviar um e-mail. E notem, que estou só a 30 km da cidade de Castelo Branco!
Mas uma boa notícia é que a partir da próxima semana vou passar a ter TV e internet por cabo, que já é possível aqui na zona.
Mas hoje, tinha de dar-vos notícias do tratamento de que vos falei no início do mês.
Pelo comentário da minha Amiga Calú, fiquei sabendo que há outros problemas de saúde relacionados com o mau funcionamento dos maxilares.
Segundo me disse a Fisioterapeuta, também é o caso das enxaquecas, que afligem tantas pessoas e a quem os médicos se limitam a receitar comprimidos analgésicos que nos enfrascam em químicos e não curam a "causa" desse sintoma.
A cura está no tratamento de Reabilitação Maxilo Facial, através do uso de próteses apropriadas e Fisioterapia.
Se passar por aqui alguém interessado, o consultório fica situado na Praça do Campo Pequeno nº 2, 2ºD (mesmo ao lado da Cosec).
Para mais esclarecimentos, podem escrever para o e-mail do blog.
Esta semana fiz a 4ª sessão de Fisioterapia. Segundo me disse a fisioterapeuta, eu já devia estar a ouvir melhor do lado esquerdo, o que tem a prótese, pois ela já sente menos pressão sobre a zona em causa.
Na próxima semana vou fazer novos testes de audiometria para ver se já se quantificam algumas melhoras. No entanto, como o meu problema vem de há muitos anos, pode ser necessário mais tempo de terapia até que o nervo auditivo retome a sua eficácia (se isso ainda for possível).
Desta vez já trouxe "trabalho para casa". Um pequeno objecto em silicone e duas séries de exercícios 3 ou 4 vezes por dia, de frente para o espelho para controlar bem as posições. Nada de difícil nem demorado: 5 minutos apenas de cada vez.
Na próxima semana regressarei por uns dias a Lisboa. Espero ansiosamente voltar a ter a máquina fotográfica para poder ilustrar novas receitas de Culinária. Me aguardem!
Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)



BIFE CARPACCIO SÓ HÁ UM...



Recorrendo ainda a este fabuloso livro de Fortunato da Câmara, hoje vou falar-vos da história do Bife Carpaccio, que muito boa gente desconhece, como era o meu caso.
Estava-se em Veneza, por volta de 1950, no famoso restaurante do Harry`s Bar cujo dono e cozinheiro mor era Giuseppe Cipriani, um grande apreciador da Pintura Italiana.
"Foi o gosto pela arte de bem servir, em particular uma cliente angustiada, e as telas rubras do pintor renascentista, que serviram de inspiração a Cipriani para criar este prato emblemático que se transformou num ícone da restauração internacional."

A condessa Amalia Nani Mocenigo, cliente do Harry`s Bar, lastimou-se a Cipriani por não poder comer carne cozinhada devido à proibição do médico: sofria de anemia e só podia comer carne crua. Cipriani pediu-lhe que esperasse 15 minutos e quando regressou à sala com o Maitre, este "trazia um prato coberto com lâminas de lombo de novilho cru, com um molho branco em tom de pérola".
Quando a condessa perguntou o que era, Cipriani respondeu solenemente: Beef Carpaccio.
Por essa altura estava a decorrer no Palácio Doge uma Exposição retrospectiva da obra de Vittore Carpaccio, pintor humanista do séc. XV, cujos quadros se caracterizam pelos diversos tons vermelhos com "dégradés" brancos.

"Para confeccionar um Bife Carpaccio, precisa de um pedaço de novilho cru que vai a congelar ligeiramente até começar a ficar firme. Depois é cortado em fatias finíssimas que são dispostas num prato prèviamente salpicado de azeite virgem extra. Faz-se um molho líquido com maionese, mostarda, molho inglês e um pouco de leite quente. Quando a mistura estiver bem emulsionada, fazem-se riscos transversais cruzados sobre a carne com a ajuda de uma colher, a lembrar uma quadrícula."
A receita completa vem no livro Harry`s Bar: the life and times of the legendary Venice landmark (1996), escrito por Arrigo Cipriani, filho de Giuseppe.

E termino com o comentário de Fortunato da Câmara:
"Faça-se também a homenagem ao sr. Giuseppe Cipriani  usando, mas não abusando do nome. É que quando se pede um carpaccio espera-se que sejam fatias de bovino cru e não qualquer outro ingrediente como polvo, bacalhau, tomate ou até ananás (pasmem-se), cortado em fatias finas onde muitos restaurantes penduram o nome para dar uma imagem errada de sofisticação. É que um carpaccio é como um Carpaccio, são telas que se reconhecem pelos tons com que os artistas as construíram. Não é preciso sermos iluminados para percebermos que o que se põe no prato usurpando este nome sem ser novilho, são apenas...laminados!."

Beef Carpaccio

Para 4 pessoas:
400 g de lombo de novilho
Azeite virgem extra (q.b)

Molho de Mostarda:
2 colheres de sopa de mostarda
2 colheres de sopa de maionese
1 colher de sopa de molho inglês
2 colheres de sopa de leite

Embrulhe a peça de carne firmemente em película aderente (filme plástico) e leve ao congelador por 1 hora, para facilitar o corte. Com uma faca bem afiada (ou o fatiador do fiambre) corte fatias finíssimas de carne.
Disponha-as no centro de um prato prèviamente salpicado com o azeite virgem extra. Reserve no frigorífico por 5 minutos.
Numa tigela, misture a maionese, o molho inglês, a mostarda e o leite. Tempere de sal e pimenta a gosto.
Retire o prato da carne do frigorífico e com  a ajuda de uma colher, deite o molho sobre a carne, formando uma quadrícula.

Notas:
- Há quem use azeite (2 colheres de sopa) em vez do leite.
- Há também quem faça o molho usando 120 g de maionese em vez das 2 colheres de sopa acima indicadas e mantendo os restantes ingredientes..
- Há quem tempere a carne com sal e pimenta antes de a levar ao frigorífico (os 5 minutos).
- Parece-me que se o molho de mostarda estiver bem temperado, não é necessário pôr sal na carne, mas é uma questão de gosto pessoal, por isso, deixo ao vosso critério.

Boa semana para todos. Beijinhos da

Bombom (Tia Fátima ou Avó Fátima)

BABÁS EM VERSÃO PANTAGRUEL

A receita que hoje vos deixo, é retirada do Livro de Pantagruel. É ligeiramente diferente e leva menos quantidade de ingredientes, por isso dá para metade da que vos deixei ontem. Uma dúzia de Babás já chega para fazer uma festa!
Não há fotos para ilustrar pois ainda não tenho máquina fotográfica. Os "senhores ladrões" que ma levaram gostaram muito dela e ops!

Babás

180 g de farinha
1 colher de chá de açúcar
90 g de manteiga
1/2 dl de leite morno (50 ml bem medidos)
15 g de fermento de padeiro fresco
2 ovos batidos
1 pitada de sal
passas-de-corinto demolhadas, calda de açúcar e chantilly, q.b.
Chantilly, q.b.

Calda:
180 g de açúcar
2 dl de água (200 ml)
2 colheres de sopa de rum

Mistura-se o fermento com o leite morno até se desfazer. Junta-se a manteiga derretida morna, o sal, o açúcar e os ovos. Depois de tudo ligado, incorpora-se a farinha, amassando muito bem.
Tapa-se a tigela com um pano e depois com um cobertor e deixa-se levedar em sítio quente, até aumentar o volume para o dobro, o que leva cerca de duas horas e meia.
Untam-se com margarina formas de babás (queques) e põe-se no fundo de cada uma, três passas de corinto. Enchem-se até meio com a massa já levedada e colocam-se dentro de um tabuleiro. Reservam-se num sítio quente para que a massa cresça novamente até encher as formas.
Liga-se o forno a 180° C para aquecer.
Quando os babás crescerem levam-se a cozer em forno moderado.
Entretanto prepare a calda em ponto fraco com 180 g de açúcar e 2 dl de água (200 ml). Para isso, ferva durante 3 minutos em lume brando. Retire do lume e junte 2 colheres de sopa de rum.
À saída do forno e enquanto quentes, regam-se com a calda, metem-se em formas de papel canelado e com a ajuda de uma faca bem afiada, retira-se uma "tampinha" com cerca de 1,5 cm de fundura. Enche-se com chantilly e coloca-se a "tampinha" por cima.

E agora podem-me dizer de qual das duas versões gostam mais?
Eu digo-vos já que gosto mais de...muuuuitos!
Bom Domingo! Beijinhos da 

Bombom

BABÁS...UMA HISTÓRIA E DUAS RECEITAS


Desde pequena que me lembro de gostar muito de Babás, aqueles bolinhos ensopados em calda de açúcar e que tinham de se comer com um garfo pequeno ou uma colher de sobremesa. Pura gulodice!
Há pouco tempo conheci a sua história, ao ler aquele livro de que já vos falei, "Os Mistérios do Abade de Priscos", de Fortunato da Câmara. Um livro cheio de histórias para saborear!

Stanislas I, de seu nome Stanislas Leszczynsky, rei deposto da Polónia, foi viver para França onde também era duque de Lorena.
Ele gostava muito de um bolo típico franco-prussiano, o kugelhopf, que era feito à base de massa de brioche com frutos secos e cozido numa forma alta com relevo canelado. O duque gostava do bolo típico da região alsaciana, mas achava-o demasiado seco e por isso, deitava-lhe uma calda feita com vinho de Málaga, rum e uma pitada de açafrão e em seguida, flamejava-o (puxava-lhe o fogo). Ele baptizou-o de Babá porque gostava muito da história de Ali Baba, do livro As Mil e Uma Noites.
Foi o seu pasteleiro Nicolas Stohrer quem divulgou o "Babá au rhum" em Paris, quando abriu uma loja na rua de Montergueil em 1730, que se mantém aberta até hoje com o título de pastelaria mais antiga de França.
O rei Stanislas devia ser um grande guloso porque ficou ligado à divulgação de várias receitas na corte de Versalhes, que visitava pois era pai da rainha Marie, a esposa do rei Luís XV.

Babá au Rhum

Ingredientes para 24 bolinhos:
250 g de farinha de trigo peneirada
25 g de fermento de padeiro fresco
1 dl de leite morno (100 ml)
25 g de açúcar
125 g de margarina
2 ovos
margarina para untar as formas pequenas (queques)
farinha para polvilhar

Calda:
500 g de açúcar
3,5 dl de água (350 ml)
1 casca de limão
1 cálice de rum (ou brandy)

Recheio de Chantilly:
250 g de natas
50 g de açúcar

1 - Deite a farinha de trigo numa tigela grande, abra-lhe uma cavidade no meio, deite aí o fermento de padeiro, esfarele-o com a ponta dos dedos e depois junte-lhe o leite morno e amasse-o com a farinha (só alguma) que for necessária para obter massa mole mas capaz de formar uma bola; dê-lhe então um golpe em cruz e deixe-a crescer cerca de 10 minutos. Raspe bem os dedos com raspador para aproveitar bem o fermento.
Enquanto cresce, derreta a margarina.
Quando o fermento tiver crescido, junte-lhe o açúcar e os ovos e amasse-os muito bem com a restante farinha; bem batidos e amassados para não ficarem com grumos na massa. Por último, junte a margarina derretida e quase fria, e volte a bater e amassar bem, quer à mão quer com colher de pau; deve ficar uma massa mole mas elástica.
Depois de bem amassada, tape com um pano e deixe crescer em ambiente aquecido; leva 45 a 60 minutos para crescer o dobro.
2 - Entretanto unte abundantemente as forminhas com margarina e polvilhe-as com farinha.
Depois de ter crescido, deite uma colher de sopa de massa em cada forma. Deixe crescer de novo a massa; normalmente leva cerca de 40 minutos. Ligue o forno a 200° C, para ir aquecendo.
Coloque as forminhas dentro de um tabuleiro e leve a cozer em forno muito quente durante 20 a 25 minutos, ou um pouco mais. Não convém abrir a porta do forno nos primeiros 10 minutos. Faça o teste do palito para verificar se estão cozidos, retire e desenforme-os.

Calda: Deite o açúcar num tacho, junte a água e a casca de limão e leve ao lume. Logo que levante fervura, conte 2 minutos exactos. junte então o rum e ponha o lume no mínimo.
Meta 2 ou 3 Babás de cada vez na calda, para que fiquem completamente enxaropados tendo o cuidado de controlar para que ela ferva o mínimo possível, conservando-a só " quente a ferver" com o mínimo de lume.
Com uma escumadeira, vá-os calcando ao de leve para que tomem bem o xarope. Retire-os bem escorridos e deixe-os arrefecer um pouco num tabuleiro.
Se entretanto o xarope ganhar ponto, junte-lhe umas pinguinhas de água quente.
Com uma faquinha bem afiada ou um corta bolachas, dê-lhes um golpe circular na parte superior, formando uma rodela (tampa) com a profundidade de 1,5 cm. Com a ponta da faca retire-lhe a tampinha.
Recheie as cavidades com chantilly de modo que o montinho fique saliente. Para um trabalho mais perfeito, use um saco de pasteleiro com boquilha ou uma seringa.
Para finalizar, cubra com a tampinha que retirou. Se preferir, em vez da tampinha decore com uma cereja cristalizada ou com fios de ovos.

Receita do Chefe Silva na Teleculinária N° 148.

Notas:
1 - Se tiver Máquina de Fazer Pão, use o Programa MASSAS até a massa levedar. Continue a receita no ponto 2.
2 - A seguir dou-vos a receita do Babá au Rum do Livro de Pantagruel, para terem as duas melhores opções.

Bom fim de semana. Beijinhos da

Bombom

A BOMBOM AMORDAçADA!

Não podia deixar de vos dar conta do início desta minha mais recente aventura, que vos contei aqui
http://receitasdatiafatima.blogspot.pt/2014/06/noticias-que-podem-vir-ser-boas.html
(O link é só para quem ainda não leu).
Também quero expressar mais vez o meu agradecimento a todos os que me deixaram um comentário de apoio e incentivo. Tenho cada um no meu coração. A todos um BEM HAJAM!

Ontem foi o primeiro dia de Fisioterapia e da consulta com o Dentista.
Afinal o aparelho está dividido em 3 peças: duas que se apoiam nos dentes molares (lembram-me uns sapatos) de cada lado da boca, são para usar durante o dia e só se tiram para comer e ao deitar; e outra para aplicar nos dentes da frente e que só se usa à noite para dormir com ela.
Estas peças vão fazer com que os maxilares voltem à posição correcta e por isso, são "apertados" semanalmente, após a sessão de Fisoterapia.
Eu, ainda muito céptica quanto aos resultados da terapia, fui franca e falei com a terapeuta. Ela, muito paciente, mostrou-me um modelo e disse-me que não era assim tão complicado porque se trata de uma parte autónoma que não está ligada a nada, apenas encaixa no sítio e é sustentada pelos tendões (não sei se esta é a palavra certa). Mostrou-me também um livro onde tinha fotos de outros pacientes, entre os quais uma criança de cerca de seis anos que tinha nascido com os maxilares fora do sítio e estava bastante deformada. Com a Fisioterapia, ficou completamente bem numa semana! Aí, fiquei convencida de que nada é impossível e com mais esperança.
Ela acha que 4 sessões vão ser suficientes para pôr os meus maxilares (eles dizem mandíbulas) no seu lugar. Também me disse que está muito esperançada em que eu recupere alguma audição no ouvido esquerdo, o que tem a prótese. Quanto ao direito, ela não se manifestou, mas já o médico está muito confiante, de que pode melhorar.
E assim, saí eu do consultório com um pouco mais de esperança e já amordaçada!
Com estas duas próteses até consigo falar bem e só não falo pelos cotovelos, porque não sou dada a muita prosa oral, sou mais da escrita. Com a da noite é que não consigo falar, ( he,he, pareço o "tate-bitate")  mas também não é preciso, porque é tempo de dormir. Com ela é que me sinto "açaimada"!
Daqui a um mês, faço-vos o ponto da situação, com notícias mais fresquinhas. Espero que sejam mesmo muito boas!
Tenham um bom fim de semana. Se chover, aproveitem para ouvir música e fazerem coisas que vos dêem prazer.
Beijinhos da

Bombom

NOTÍCIAS QUE PODEM VIR A SER BOAS!

Precisei de um mês para me recompôr dos acontecimentos "maléficos" dos últimos tempos.
Já está tudo normalizado cá por casa, já tenho novos documentos, e até já posso conduzir, embora a Carta de Condução ainda não tenha chegado. Só ainda não tenho máquina fotográfica e por isso não tenho tido élan para reabrir O Meu Estaminé.
Como já tenho um novo telemóvel, já comecei a fazer fotografias, mas não sei como se metem no computador. Deve ser preciso um acessório especial, mas eu sou mesmo ignorante nestas matérias!
Neste momento estou a escrever-vos na minha casa da aldeia, onde vim passar uns dias, mas amanhã já regresso a Lisboa. Aproveitámos um intervalo de alguns dias, antes de começar um tratamento.
E aqui, começam as notícias que podem ser boas.
Em Abril, consultei um novo Dentista pois precisava de recompôr um dente. Levava a radiografia panorâmica que tinha feito anteriormente e, depois de o médico me ter mandado abrir a boca, pôs-se a fazer-me perguntas sobre a minha surdez.
Quando eu tive a surdez súbita, fiz uma pesquisa na Net àcerca das suas causas e uma delas, era o mau posicionamento do encaixe dos maxilares. Mas nenhum dos especialistas que consultei falaram nessa hipótese.
Este Dentista viu que os meus maxilares (as mandíbulas, como ele diz) estão mal posicionados e fazem pressão sobre os ouvidos. Fiz os exames que ele pediu, para confirmar o diagnóstico, e vou começar a fazer Fisioterapia e a usar (dia e noite) um aparelho na boca para levar os maxilares à posição correcta. Só tiro para comer e não posso falar! Vão ser dois meses de sacrifício, mas se o médico tiver razão, ao deixar de fazer pressão sobre os ouvidos, ele acha que vou ter melhorias na audição.
Como não vou poder falar, vou estar aqui mais assíduamente para vos trazer algumas curiosidades Gastronómicas e não só.
É que aqui, posso conversar convosco sem abrir a boca!
Desejo-vos uma óptima semana.
Beijinhos da

Bombom